O empresário Belarmino Iglesias Filho, de 50 anos, começou 2011 gastando sola do sapato. Em busca da realização de sua meta para os próximos cinco anos - dobrar a rede de restaurantes Rubaiyat, que hoje tem sete unidades em São Paulo, Madri e Buenos Aires, Belarmino procura cidades dentro e fora do País com renda para sustentar um restaurante em que uma refeição custa, em média, US$ 70. No Brasil, bateu o martelo a favor de Rio de Janeiro e Brasília, e na América Latina vê Bogotá e Cidade do México como fortes candidatas.
"Busco possibilidades", diz o empresário. Andar pelas cidades e identificar oportunidades é algo que Belarmino aprendeu com o pai, que fundou a cadeia de restaurantes conhecida em todo o País por sua unidade na rua Haddock Lobo, a Figueira Rubaiyat.
Foi em uma caminhada pelo bairro dos Jardins que surgiu a ideia de transformar as mesas de um restaurante em moldura para a centenária figueira plantada no local.
Diante do crescimento da economia brasileira e latino-americana, Belarmino Filho sabe que é a hora de colocar os planos de expansão em marcha. Ele esbarra, porém, em um desafio: virar uma rede internacional sem popularizar o produto.
O empresário sabe que, para não ter de mexer nos preços, a qualidade dos pratos não pode mudar. "Tenho um produto de luxo. Isso me beneficia nas crises. Quero seguir assim", afirma. O Rubaiyat atende executivos e empresários que fecham negócios milionários entre um corte de baby beef e uma taça de vinho - tentar enganá-los, perdendo qualidade, seria fatal para a marca.
Almoço de negócios. Nos dias de semana, 85% das reservas dos restaurantes da rede são feitas por empresas. "Somos um porto seguro para negócios", diz Belarmino. Foi o boca a boca de executivos em visita a São Paulo que tornou a empresa conhecida em todo o País e elevou o faturamento para R$ 120 milhões por ano.
No alicerce da estratégia do Rubaiyat estão a produção própria de carne - em fazendas no Brasil e na Argentina - e o atendimento. A rede tem 700 funcionários - todos os restaurantes têm mais de 100 empregados, 60% deles dedicados ao serviço.
Para o diretor do programa de gestão de luxo da FAAP, Silvio Passarelli, mesmo restrito a São Paulo, o Rubaiyat é hoje reconhecido entre empresários de todo o País. "A marca tem apelo forte, o que atrai clientes quando uma unidade é aberta", diz. Segundo o professor, é possível replicar a operação no exterior, desde que com a mesma qualidade. "É necessário cuidar dos atributos da marca. As pesquisas não podem levar em conta somente a renda. Precisam mostrar o quanto a elite de um local está disposta a gastar para comer fora de casa."
Segundo especialistas em gastronomia, levar carne de boa qualidade para outros mercados é a única forma de internacionalizar a culinária nacional em escala. Pratos como a feijoada conquistam alguns adeptos fervorosos, mas há opções parecidas em outras culturas. O dono do Rubaiyat concorda: "A carne é mesmo o caminho."
Nas viagens para prospectar mercados, Belarmino chegou à conclusão de que vale apostar na América Latina. Ele afirma que a decisão será tomada com calma, mas adianta que considera o México um "mercado dos sonhos". No momento, a expansão no Brasil terá prioridade: a rede já negocia pontos no Rio e em Brasília, que devem ser inaugurados em até dois anos.
Hoje uma empresa familiar, o Rubaiyat vai mudar a estrutura à medida que crescer. Belarmino sabe que a gestão centrada em sua figura tem limites: dobrar o número de restaurantes vai exigir olho vivo nas compras, na logística e a expansão da equipe para mais de mil pessoas. "Até onde posso ir sozinho? Dobrar eu acho que dá, mas não dá para ter 20 restaurantes. Não quero ser rodízio nem fast-food."
A expansão será lenta e viabilizada com capital próprio. Belarmino descarta parceria com um fundo de private equity, pois diz que o dinheiro virá junto com "pitacos" na gestão. "Aqui, eu sei o que é necessário", resume. Ele decidiu, porém, que transformará os funcionários em sócios - já falou com dois escritórios de advocacia sobre a mudança societária. "O modelo envolverá a empresa toda. Não quero os restaurantes competindo entre si."
"Busco possibilidades", diz o empresário. Andar pelas cidades e identificar oportunidades é algo que Belarmino aprendeu com o pai, que fundou a cadeia de restaurantes conhecida em todo o País por sua unidade na rua Haddock Lobo, a Figueira Rubaiyat.
Foi em uma caminhada pelo bairro dos Jardins que surgiu a ideia de transformar as mesas de um restaurante em moldura para a centenária figueira plantada no local.
Diante do crescimento da economia brasileira e latino-americana, Belarmino Filho sabe que é a hora de colocar os planos de expansão em marcha. Ele esbarra, porém, em um desafio: virar uma rede internacional sem popularizar o produto.
O empresário sabe que, para não ter de mexer nos preços, a qualidade dos pratos não pode mudar. "Tenho um produto de luxo. Isso me beneficia nas crises. Quero seguir assim", afirma. O Rubaiyat atende executivos e empresários que fecham negócios milionários entre um corte de baby beef e uma taça de vinho - tentar enganá-los, perdendo qualidade, seria fatal para a marca.
Almoço de negócios. Nos dias de semana, 85% das reservas dos restaurantes da rede são feitas por empresas. "Somos um porto seguro para negócios", diz Belarmino. Foi o boca a boca de executivos em visita a São Paulo que tornou a empresa conhecida em todo o País e elevou o faturamento para R$ 120 milhões por ano.
No alicerce da estratégia do Rubaiyat estão a produção própria de carne - em fazendas no Brasil e na Argentina - e o atendimento. A rede tem 700 funcionários - todos os restaurantes têm mais de 100 empregados, 60% deles dedicados ao serviço.
Para o diretor do programa de gestão de luxo da FAAP, Silvio Passarelli, mesmo restrito a São Paulo, o Rubaiyat é hoje reconhecido entre empresários de todo o País. "A marca tem apelo forte, o que atrai clientes quando uma unidade é aberta", diz. Segundo o professor, é possível replicar a operação no exterior, desde que com a mesma qualidade. "É necessário cuidar dos atributos da marca. As pesquisas não podem levar em conta somente a renda. Precisam mostrar o quanto a elite de um local está disposta a gastar para comer fora de casa."
Segundo especialistas em gastronomia, levar carne de boa qualidade para outros mercados é a única forma de internacionalizar a culinária nacional em escala. Pratos como a feijoada conquistam alguns adeptos fervorosos, mas há opções parecidas em outras culturas. O dono do Rubaiyat concorda: "A carne é mesmo o caminho."
Nas viagens para prospectar mercados, Belarmino chegou à conclusão de que vale apostar na América Latina. Ele afirma que a decisão será tomada com calma, mas adianta que considera o México um "mercado dos sonhos". No momento, a expansão no Brasil terá prioridade: a rede já negocia pontos no Rio e em Brasília, que devem ser inaugurados em até dois anos.
Hoje uma empresa familiar, o Rubaiyat vai mudar a estrutura à medida que crescer. Belarmino sabe que a gestão centrada em sua figura tem limites: dobrar o número de restaurantes vai exigir olho vivo nas compras, na logística e a expansão da equipe para mais de mil pessoas. "Até onde posso ir sozinho? Dobrar eu acho que dá, mas não dá para ter 20 restaurantes. Não quero ser rodízio nem fast-food."
A expansão será lenta e viabilizada com capital próprio. Belarmino descarta parceria com um fundo de private equity, pois diz que o dinheiro virá junto com "pitacos" na gestão. "Aqui, eu sei o que é necessário", resume. Ele decidiu, porém, que transformará os funcionários em sócios - já falou com dois escritórios de advocacia sobre a mudança societária. "O modelo envolverá a empresa toda. Não quero os restaurantes competindo entre si."
A reportagem é do jornal Estado de SP (por Fernando Scheller), resumida pela Equipe BeefPoint 14/03/2011. http://www.beefpoint.com.br/] Adaptada para ser postada por Leopoldo Costa.
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